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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

LUIZ ROBERTO FORMIGA fala pra SPEED FREAK MAGAZINE

E Após o showzasso do CJ Ramone em Florianópolis-SC, a SPEED FREAK MAGAZINE teve a oportunidade de conversar com o multi esportista e gente fina LUIZ ROBERTO FORMIGA.

Grande personalidade,  simpatia, e como profissional, seu currículo fala por si só...A conversa de deu na casa do Pedro Barros (outra Autoridade do carrinho que em breve estará falando para a SPEED FREAK MAGAZINE)...uma tarde com muito skate e conversa que nos fez conhecer um pouco mais desta personalidade.

PERFIL
- 3 vezes campeão brasileiro da skate;
- 3 vezes recordista sul-americano de distância em asa delta;
- Campeão brasileiro de Acrobacia em Asa Delta;
- Um dos pioneiros na prática de snowboard no Brasil;
- Campeão brasileiro de snowboard Master em 93;
- Introdutor do skysurf no Brasil;
- Recordista de altitude de skysurf em balão;
- Fez um salto inédito de sky surf de avião em cima de uma metrópole, a 7.600 metros de altura;
- Recordista de altura em ultraleve num vôo de 5 mil metros de altitude sobre o monte Roraima, divisa do Brasil com a Venezuela;
- Integrou o primeiro grupo de pára-quedistas a saltar sobre o arquipélago de Fernando de Noronha, de uma altura de 5 mil metros;
- No kite mapeou o litoral do nordeste e abriu os olhos da galera para o que hoje é considerado um dos melhores lugares do mundo para kite;
- Surfou em diversas Pororocas;
- No tow-in, além de surfar algumas das maiores ondas do mundo, colocou o “Alemão de Maresias” na mais cascuda onda surfada no Brasil, 35 pés de face na Ilha dos Lobos [RS];
-Rebocou Jorge Pacceli na maior onda de Pico Alto e desbravou as geladas esquerdas do Chile.


COMO COMEÇOU SUA RELAÇÃO COM O SKATE?
Bom, eu sou nascido e criado na Avenida Paulista, centro de São Paulo, e acabei conhecendo o surf com 09 anos de idade e fiquei louco, só que não tinha muita possibilidade de pegar onda e aí foi natural andar de skate, já que eu era urbano e não caiçara. Então foi na verdade para reproduzir as emoções do surf...a gente buscava rampinhas de garagem, qualquer inclinação até eu conhecer a Wave Park, que foi a grande pista do final dos anos 70 até o começo dos anos 80.

Então, apesar de ter sido um começo por falta de opção com relação ao surf, começou a fazer a cabeça geral, pois começou a ter as pistas, e o negócio dominou...aí virou a busca do estilo do surf na forma de andar com performance de skate vertical e em pista, na qual a gente formou a equipe dos “Wave Boys”...os “W Boys” inspirados nos conhecidos “Z Boys” que eram Dog Town, e nós éramos Big City...então teve toda aquela influência desses caras: Jay Adams, Tony Alva que influenciaram muito a gente.

QUAL O FATO QUE MAIS MARCOU SUA HISTÓRIA DO SKATE?
Sem dúvida o início da minha carreira de esportista profissional, pois já tenho quase 40 anos de esporte profissional, e na verdade são 39 anos de esporte profissional, e um fato marcante foi o primeiro campeonato brasileiro de skate em pista em Jurerê (Florianópolis-SC) em 1978...esse festival marcou a minha vida, porque eu tinha 14 anos de idade e vim pra Floripa sozinho, na primeira viajem da minha vida, que eu larguei a saia da minha mãe, cheguei aqui, fiquei na roubada, acabei indo dormir em baixo da Igreja da Matriz na casa do padre, de favor e no dia seguinte fui pra Jurerê de ônibus, que era outra viajem e ganhei o campeonato. Então isso pra mim foi uma das coisas mais marcantes entre outras.


E COMO VOCÊ VÊ A GERAÇÃO DO SKATE HOJE EM RELAÇÃO A GERAÇÃO DO SKATE QUANDO VOCÊ COMEÇOU?
É a mesma coisa que você pensar a transição do macaco pro homem, começando a andar e hoje  o jamaicano Bolt fazendo os 100 metros rasos. É uma enorme diferença...nós éramos os “macacos começando a andar” e hoje os moleques são as grandes performances...já nasce, o DNA deles já vem com mais informação, e o aprendizado da vida deles com as próprias influencias das manobras de vídeo game, eles já começam com uma pegada muito mais evoluída do que a gente sempre foi, é até difícil pensar em querer entrar no ritmo deles, a gente tem que manter o nosso próprio ritmo, pois é praticamente impossível.

COMO VOCÊ MESCLA SEUS ESPORTES DE PRANCHA, JÁ   QUE VOCÊ É UM MULTI ESPORTISTA...OVERALL?
Eu dediquei minha vida para os esportes radicais, mas os esportes de prancha sempre me permitiram maior afinidade, mas a origem sempre foi aquela que te falei, o surf...buscar o movimento do surf, depois foi o skate, e depois do skate foi o snowboard, na sequência eu precisava experimentar o surf mais rápido que tem que é o Sky surf, fui skysurfista por muitos anos...wakeboard...tive barco, andei bem, morei na represa...kite surf, que foi o motivo principal d’eu ter vindo morar em Florianópolis pois me apaixonei por este esporte que misturava várias formas de prancha, manobras de skate como os “grabs”, manobras de surf...mas sem duvida minha grande paixão foi o tow in de ondas gigantes...para este esporte eu dediquei muito minha vida e é uma das coisas que eu faço...tenho uma condição e uma facilidade dentro de mim de fazer..essa relação com os outros esportes me deu uma base muito forte e grande no tow in...é um esporte em que realmente me destaco se fosse pensar em performance de nível profissional...e agora o stand up que é um jeito muito difícil de surfar onda de performance, por isso eu escolhi, pois não tenho muita paciência para ser mais um surfista. Ser um bom stand up surfer em ondas casca grossa é realmente um enorme desafio, e isso faz a minha cabeça  mais que fazer o surf que todo mundo faz.

CARA VOCÊ HOJE ESTÁ COM 51 ANOS, TEM ALGUM SEGREDO PRA AGUENTAR O TRANCO? PREPARO FÍSICO, ALIMENTAÇÃO?
Cara, é uma questão genética, meu pai está com 80 anos e está bem pra caramba,...eu como o suficiente, não como muito, me cuido, tomo cerveja, tomo vinho, adoro vinho, não faço nada que seja muito excesso, até porque já queimei uns cartuchos na vida, de desgaste...mas hoje a gente se preserva, eu acho que a minha é a primeira geração a manter este ritmo, e estou aí como um teste, pois acho que com 51 anos de idade, fazendo os números de esporte que eu faço, eu acho que é uma referencia legal para outras pessoas não acharem que estão velhos com trinta e poucos anos, como acontece muito, o cara coloca uma aliança no dedo, deixa a barriga crescer e esquece como a vida é legal próximo a esses esportes, então acho que eu curto essa ideia de passar esta mensagem pra galera.  Mostrar pros caras que todo mundo pode curtir.

QUAL SE PRÓXIMO PROJETO?
Tô voando muito de planador, é uma grande paixão, sempre fui envolvido com o céu, asa delta, agora eu quero surfar as maiores ondas que o ser humano pode surfar que são de planador. Na Argentina, na Cordilheira dos Andes, são ondas que podem ter 10 quilômetros de altura e você pode chegar a condições de menos 50 graus com uso de oxigênio...é um projeto super legal, não tão radical no sentido da manobra, mas fisicamente é radical, e a sensação de voar, cara, é tudo o que a gente busca, seja no surf, seja no skate...a gente esta diretamente ligada com o voo, e o voo esta diretamente ligado com os esportes de prancha, e o planador é uma forma de surfar, pois você está dentro da prancha. Você é a quilha...
  
E PRA FINALIZAR...QUAL SEU RECADO?
Cara, eu acho esse formato da SPEED FREAK MAGAZINE legal pra caramba, antigamente a galera nem dava muito atenção pra este tipo de mídia, e hoje acho que chegou a hora e a vez. A questão da originalidade, da oportunidade é muito melhor as vezes que uma produção broadcast, profissional, feita por gente que não entende. Então eu acho que é o caminho, antes não era e agora cada vez mais é...é uma coisa muito bacana e democrática que fica ao alcance de todos sem precisar pagar nada, então parabéns e bola pra frente.



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 Obrigado meu amigo...estamos sempre a sua disposição...

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